O fim da coutada da arbitragem

FERNANDO SANTOS - Editorial O Jogo de hoje

As más arbitragens são uma forma de entretenimento genérico. Adulteram resultados, é certo, mas balizam-se entre processos de intenção e a resignação falaciosa - errar é humano, diz-se, sempre...
O manual do presente é composto de demasiada incompetência, de corporativismo interesseiro. Pior: de falta de coragem para garantir que o acesso à carreira se faça segundo padrões de equidade, em detrimento de certo tipo de compadrios.
A entrevista que hoje concede a O JOGO o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga é paradigmática. Em vez de esconder os problemas, incluindo os que resultam dos relatórios e das notas dos observadores conluiados com o seu próprio futuro, Vítor Pereira põe o dedo em feridas... dilacerantes. Di-lo com todas as letras: a arbitragem não atingirá um nível melhor, isto é, não será mais competente, se não houver coragem para mudar os actuais regulamentos, neles incluídos os processos de acesso, formação e promoção dos árbitros. Um problema bem mais gravoso do que o do desejado must do estatuto profissional para quem já recebe milhares de euros por mês!
Como se muda o statu quo?
Não bastará a gestão da arbitragem em bloco único, na FPF, como preceitua o Regime Jurídico das Federações Desportivas em vias de promulgação. Será preciso que os dirigentes de uma nova Assembleia Geral deixem de priorizar coutadas e jogos de poder. Percebo Vítor Pereira. Um homem ou uma organização minúscula é incapaz de mudar o mundo.

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