Arbitragem do Distrito de Beja

DISCURSO DIRECTO: "NÃO QUERO TER INFLUÊNCIA NO RESULTADO":

Pedro Proença dirige amanhã o Sporting-V. Setúbal

Correio da Manhã – O Sporting tem razões para ficar preocupado com a sua nomeação para a final da Taça da Liga?

Pedro Proença – É óbvio que não. Também já prejudiquei e beneficiei muitas vezes o V. Setúbal. Não quero ter influência no resultado. Melhor, espero que os meus erros não tenham influência no resultado e que a verdade desportiva esteja acima de tudo.

– O Sporting afirma que foi prejudicado no jogo da segunda jornada da Liga com o FC Porto...

– Se calhar, também já houve vezes em que beneficiei o Sporting. Mas há uma coisa que as pessoas devem reconhecer: sou uma pessoa íntegra, séria e tento fazer sempre o meu melhor. É isso que vou tentar fazer na final da Taça da Liga.

– Como encarou a nomeação da Comissão de Arbitragem para a final da Taça da Liga?

– É um jogo como outro qualquer da minha carreira. No entanto, é sempre bom estar presente numa final.

Noutra medida inédita em Portugal, também o árbitro do encontro, Pedro Proença, compareceu na conferência de antevisão ao encontro.
O juiz lisboeta estava bem-disposto e respondeu a tudo. Aliás, apresentou até uma ideia curiosa. A de que, em termos organizativos, parece estar a haver um momento de viragem no futebol português. "Senti-me privilegiado por ter sido nomeado e mais satisfeito fiquei quando constatei que esta é uma organização fantástica", comentou, aludindo a uma série de pormenores já ontem bem visíveis nas imediações do Estádio Algarve. "Penso que, a esse nível, se trata de um momento de viragem no futebol português. Temos de estar bastante orgulhosos por isso", prosseguiu.
Confrontado com a presença de um sem-número de câmaras televisivas neste jogo, o juiz disse não se sentir incomodado. "Vou, com certeza, errar", afirmou, com um sorriso na face. "Só espero é que os erros não tenham influência quanto ao vencedor…" - acrescentou.
A seu lado, Bertino Miranda, um dos assistentes, garantiu que "estar nestes momentos é o desejo de qualquer árbitro", enquanto Luís Marcelino, o outro assistente, deixou uma esperança: "Que tudo corra bem e que estejamos felizes no fim do jogo, o que seria bom sinal." Por sua vez, Carlos Xistra, quarto árbitro, mostrou-se de acordo com Pedro Proença. "Toda esta envolvência deixa transmitir que há, de facto, qualquer coisa a mudar no futebol português." Na sala estavam também Ana Amorim e Virgílio Salvador, dois árbitros jovens em estágio e a acompanharem, a par e passo, o quarteto citado acima.

O árbitro da final da Carlsberg Cup, Pedro Proença, reconheceu que a equipa de arbitragem está perfeitamente consciente da «responsabilidade» de apitar o desafio entre o Sporting e o Vitória de Setúbal, mas também estão «orgulhosos» por marcarem presença neste desafio.

«Temos de nos sentir orgulhosos por estarmos a viver este momento. Sentimos a responsabilidade de estarmos a arbitrar este jogo, mas é certo que também vamos tentar fazer desta festa a nossa festa», afirmou Pedro Proença, que admite a possibilidade de algum erro, embora espere que não tenha influência no resultado final.«Se querem saber se vou errar amanhã, vou com certeza, mas espero que esses erros não tenham qualquer influência no vencedor», concluiu o árbitro.