Martins dos Santos, ex-árbitro da 1ª categoria, foi ontem condenado, pela juíza Manuela Sousa, a 20 meses de prisão com pena suspensa (por igual período) por corrupção desportiva na forma passiva. Incluído no processo Apito Dourado, este caso respeita ao jogo Marítimo-Nacional, disputado a 19 de Abril de 2004. O ex-vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, António Henriques, igualmente arguido, foi condenado a 28 meses de prisão com pena suspensa, por corrupção desportiva activa.
Na leitura do acórdão, que demorou 50 minutos, a juíza do Tribunal de Gondomar deu como provado que António Henriques prometeu a Martins dos Santos ajudar a promover os árbitros do Porto Miguel Vieira e João Almeida e, eventualmente, também Daniel Santos, filho do ex-árbitro do Porto.
"No final do jogo, Martins dos Santos telefonou a António Henriques a perguntar-lhe se ficou satisfeito, dizendo também que tinha sido complicado beneficiar o Marítimo", disse a juíza, que considerou que o dérbi madeirense decorreu "em condições anormais", adiantando que o dirigente "violou os seus deveres pondo em causa a credibilidade do futebol" e o árbitro "violou os seus deveres para obter vantagens indevidas".
Sublinhe-se que Martins dos Santos está acusado em mais dois processos e António Henriques é um dos 16 arguidos do processo de viciação de classificações dos árbitros que será julgado em Lisboa.
Da leitura do acórdão, destacam-se ainda as referências aos testemunhos de Rui Alves e de Carlos Pereira. Sobre o presidente do Nacional, a juíza entendeu que "teve uma postura de algum desrespeito em tribunal" e sobre o presidente do Marítimo disse ter sido "reticente" ao referir que desconhecia o interesse do seu clube em manipular o jogo "quando se sabia que o Marítimo tinha de garantir o sexto lugar".
Um árbitro autoritarista e não autoritário
Martins dos Santos entrou na arbitragem em 1981 e abandonou em 2004, precisamente no ano em que estalou o Apito Dourado. Em 23 anos de arbitragem, o juiz da AF Porto esteve 13 na 1ª categoria. Uma das suas facetas era, conta quem o conhece e o viu arbitrar, mostrar cartões a torto e a direito. "Era o árbitro típico da utilização em força das penalizações disciplinares", recorda Jorge Coroado, comentador de O JOGO e um dos peritos deste processo, que, acrescenta, "compensava a falta de autoridade com um exacerbado autoritarismo; era autoritarista e não autoritário".
Conhecido como "o justiceiro", o árbitro do Porto era fisicamente forte, acompanhava os lances de perto e, como se costuma dizer, corria mais do que a bola. No meio da arbitragem, diz-se que nunca mostrou apetência para ambicionar as insígnias da FIFA.
Na leitura do acórdão, que demorou 50 minutos, a juíza do Tribunal de Gondomar deu como provado que António Henriques prometeu a Martins dos Santos ajudar a promover os árbitros do Porto Miguel Vieira e João Almeida e, eventualmente, também Daniel Santos, filho do ex-árbitro do Porto.
"No final do jogo, Martins dos Santos telefonou a António Henriques a perguntar-lhe se ficou satisfeito, dizendo também que tinha sido complicado beneficiar o Marítimo", disse a juíza, que considerou que o dérbi madeirense decorreu "em condições anormais", adiantando que o dirigente "violou os seus deveres pondo em causa a credibilidade do futebol" e o árbitro "violou os seus deveres para obter vantagens indevidas".
Sublinhe-se que Martins dos Santos está acusado em mais dois processos e António Henriques é um dos 16 arguidos do processo de viciação de classificações dos árbitros que será julgado em Lisboa.
Da leitura do acórdão, destacam-se ainda as referências aos testemunhos de Rui Alves e de Carlos Pereira. Sobre o presidente do Nacional, a juíza entendeu que "teve uma postura de algum desrespeito em tribunal" e sobre o presidente do Marítimo disse ter sido "reticente" ao referir que desconhecia o interesse do seu clube em manipular o jogo "quando se sabia que o Marítimo tinha de garantir o sexto lugar".
Um árbitro autoritarista e não autoritário
Martins dos Santos entrou na arbitragem em 1981 e abandonou em 2004, precisamente no ano em que estalou o Apito Dourado. Em 23 anos de arbitragem, o juiz da AF Porto esteve 13 na 1ª categoria. Uma das suas facetas era, conta quem o conhece e o viu arbitrar, mostrar cartões a torto e a direito. "Era o árbitro típico da utilização em força das penalizações disciplinares", recorda Jorge Coroado, comentador de O JOGO e um dos peritos deste processo, que, acrescenta, "compensava a falta de autoridade com um exacerbado autoritarismo; era autoritarista e não autoritário".
Conhecido como "o justiceiro", o árbitro do Porto era fisicamente forte, acompanhava os lances de perto e, como se costuma dizer, corria mais do que a bola. No meio da arbitragem, diz-se que nunca mostrou apetência para ambicionar as insígnias da FIFA.
Etiquetas: NOTÍCIAS
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