Os dias felizes de Ľuboš Micheľ no Shakhtar

Uma oferta lisonjeira por parte do adversário do Sporting na UEFA Champions League permitiu a Ľuboš Micheľ continuar a transmitir a sua vasta experiência no futebol de alto nivel, após retirar-se da arbitragem.
O antigo árbitro Ľuboš Micheľ não escolheu o melhor momento para ingressar no FC Shakhtar Donetsk, detentor do título da Ucrânia, pois o adversário do Sporting na UEFA Champions League está afastado da luta pelo acesso aos oitavos-de-final ao cabo de apenas quatro jornadas, apresentando-se também fora de ritmo a nível interno. No entanto, o eslovaco que a uma semana de se retirar da arbitragem, no mês passado, fora escolhido como responsável pelo departamento de competições internacionais do Shakhtar, considera estes contratempos ´temporários´ e define o seu objectivo: ´Ajudar o Shakhar a atingir um novo patamar competitivo´.
Ambição
O ex-árbitro, de 40 anos, que dirigiu a final da edição do ano passado da UEFA Champions League, entre o Manchester United FC e o Chelsea FC e esteve presente no UEFA EURO 2008™, antes de sucumbir à lesão no tendão de Aquiles, falou ao uefa.com sobre a sua nova função: ´Há já algum tempo que o Shakhtar está entre os melhores clubes da Europa de Leste. Tornou-se uma potência da Ucrânia e o seu próximo objectivo é sê-lo também na Europa. Por isso, a minha tarefa é tentar ajudá-lo a ter um papel de destaque nas competições europeias, como, por exemplo, alcançar a fase a eliminar da UEFA Champions League ou a final da Taça UEFA´.
´Interessante e intenso´
Para Micheľ, o trabalho de supervisionar a actividade do departamento de competições internacionais do Shakthar começou precisamente com a organização logística da viagem do clube até Portugal, para defrontar os ´leões´ em partida da quarta jornada da UEFA Champions League, no passado dia 4 de Novembro, cujo resultado se saldou por uma derrota por 1-0, que colocou um ponto final nas hipóteses de apuramento do clube no Grupo C. Ocorreram igualmente reuniões com representantes dos clubes de topo de países como Portugal, Espanha e Itália, onde foi levantada a questão da cooperação. ´Tenho bastante trabalho, algo interessante e intenso, como eu desejava´, acrescentou Micheľ, que durante a sua carreira de árbitro dirigiu também a final da edição 2003 da Taça UEFA, entre FC Porto e Celtic FC, ganha pelos portugueses.
Foco na juventude
O fluxo de trabalho não vai ser um problema para o árbitro transformado em administrador e responsável por todos os aspectos organizacionais das competições internacionais onde o Shakhtar participa, desde a UEFA Champions League até a torneios de jovens. ´O clube gostaria que mais jogadores oriundos dos escalões de formação chegassem à equipa sénior, por isso queremos que as nossas equipas de jovens joguem de forma regular frente aos seus homólogos de algumas das melhores academias de formação europeias´, explicou Micheľ. ´Acredito que as minhas qualidades vão ser úteis ao Shakhtar nesse aspecto, já que domino diversas línguas estrangeiras [inglês, alemão, russo e polaco] e tenho vários amigos um pouco por toda a Europa´.
Decisão difícil
Micheľ possui uma lista alargada de contactos, fruto dos 15 anos passados como árbitro internacional. No entanto, o homem que participou em dois Campeonatos da Europa e outros tantos Mundiais, depois de ter apitado um jogo pela primeira vez em 1987, sabia que era chegada a hora de abandonar. Um persistente problema no tendão de Aquiles foi o responsável pela decisão tomada no mês transacto. ´Deixar a arbitragem foi uma das decisões mais difíceis que tive de tomar na minha vida. Se quisesse recuperar, teria que me sujeitar a duas operações e depois a um período de reabilitação de sete meses, razão pela qual falharia a presença no Mundial de 2010. Foi complicado encontrar motivação para seguir em frente´, disse o professor, licenciado em gestão.
´Proposta lisonjeira´
´Por isso a oferta do Shakhtar surgiu numa altura oportuna. Não aceitei de imediato, mas precisei apenas de alguns dias para reflectir. Decidi que seria um enorme erro recusar uma proposta tão lisonjeira´. O Shakhtar também ajudou Micheľ a responder à questão de como continuar ligado ao mundo do futebol, depois de abandonar a arbitragem. ´Não fazia ideia do tipo de função que podia desempenhar [para permanecer ligado ao futebol]. Talvez como empresário de jogadores ou treinador. O que não queria era, aos 40 anos, ser observador ou responsável da arbitragem. Talvez daqui a dez anos regresse ao sector, mas actualmente só penso no Shakhtar´.


in Uefa.com

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