Comunicado da APAF relativo à agressão do Árbitro Assistente José Ramalho
A APAF repudia vivamente o cobarde acto de agressão praticado contra o Árbitro Assistente Internacional José Ramalho, ocorrido no Jogo de Futebol S.L.Benfica-F.C.Porto, realizado no passado Sábado dia 30.08.2008.
COMUNICADO
1. A APAF, enquanto única Associação de defesa dos interesses dos Árbitros de Futebol, repudia vivamente o cobarde acto de agressão praticado contra o Árbitro Assistente Internacional José Ramalho, ocorrido no Jogo de Futebol S.L.Benfica-F.C.Porto, realizado no passado Sábado dia 30.08.2008.
2. Lamenta profundamente que as medidas de Segurança montadas para este jogo pelas Entidades competentes, no que respeita aos Agentes desportivos e aos espectadores, não tenham, na prática, impedido a referida agressão.
3. Apesar de imediatamente ter sido identificado e detido o agressor, entende-se como inexplicável e inaceitável que as Autoridades não tenham notificado a pessoa agressora para comparecer no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, para que, no prazo legal de 48 horas (até 2ª feira ao fim da tarde), pudesse a mesma ser presente ao respectivo Juiz, motivo (único) que foi, hoje, 3ª feira, dia 02.09.2008, fundamento para não ter sido feito o julgamento sumário, como o caso o merecia e justificava.
4. A APAF lamenta profundamente que, por esta razão, não tenha sido possível uma rápida e célere decisão judicial por forma a dissuadir os espectadores de praticarem actos violentos, inclusive a fixação de medidas de coacção, nomeadamente o impedimento de entrada nos Estádios e a periódica comparência do agressor nas Esquadras policiais enquanto os jogos se realizam, como acontece noutros países Europeus.
5. Não é por acaso que o Código Penal tutela a integridade física e moral dos Árbitros – no exercício das suas funções – prevendo, desde 15.09.2007, penas substancialmente mais pesadas para quem agrida os Árbitros, sinal de que a sua função é merecedora de largas garantias penais.
6. A APAF não teceu até este momento comentários sobre o assunto porque sempre confiou que as entidades judiciárias iriam funcionar de uma forma célere e eficiente, punindo, de uma forma justa, a pessoa agressora.
7. A APAF apela a que, a partir deste momento, sejam reforçadas e efectivamente cumpridas as medidas de segurança de todos os agentes desportivos, maxime os Árbitros, sob pena de estes últimos não se mostrarem disponíveis, nestas circunstâncias, para continuar a exercer as suas funções.
8. A APAF confia que a LPFP, bem como as instâncias judiciárias, tomem, no âmbito das suas específicas competências, as medidas que, no caso, são necessárias, nomeadamente no que respeita ao impedimento de entrada nos Estádios de este agressor.
Lisboa, 02.09.2008
APAF – Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol
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"Rídiculo"
A força dos clubes continua a determinar um conjunto de decisões que nada têm a ver com princípios de justiça e igualdade fomentados não apenas pela letra dos “estatutos futebolísticos” (FPF e Liga), mas também pela própria Constituição da República. A coisa mais certa e porventura mais importante que, ao longo do seu consulado, Filipe Vieira disse até hoje, identificava a relevância de ter as pessoas indicadas na Liga (o facto então invocado), mais do que o propósito de ver um plantel constituído com “consciência profissional”.
Infelizmente, o presidente do Benfica – que roubou o pensamento ao seu homólogo do FC Porto, o construtor do “modelo caciqueiro” arquitectado a partir da edificação do magistério de influências com base nas Associações Distritais, as primeiras plataformas de adulteração da verdade desportiva através das ramificações estendidas, local e geograficamente, nos sectores da Arbitragem e Disciplina – tem razão.
Manda quem pode e, neste momento, parece claro que o FC Porto manda na FPF e o Benfica na Liga, com o Sporting – à frente de um conjunto de “outsiders” quase todos rebocados pela espúria lógica das alianças circunstanciais – a ir às deixas e a espreitar alguma janela de oportunidade para daí poder retirar algum benefício.A credibilidade do futebol português avalia-se nos momentos das difíceis decisões.
O castigo aplicado pela CD da Liga, na sequência das incidências verificadas no clássico da Luz, é ridículo. E perigoso! Com regulamentos ridículos, que relativizam a violência, só podemos ter decisões ridículas. Punir com 1.500 euros uma entrada de um espectador em campo e respectiva agressão a um árbitro é tão ridículo quanto grave. Tão ridículo e grave quanto punir com 2.000 euros o arremesso de uma garrafa de água à cabeça de outro árbitro. Tão ridículo e grave ainda quanto punir com 500 euros “o rebentamento de 4 ou 5 petardos e o lançamento de 2 tochas”.
Daqui por diante: está aberta a porta para se dar uns “apertões” aos árbitros-assistentes. Como é possível? Esta clubitização do futebol português é doentia e a farsa está para durar.
Crónica de Rui Santos no Jornal Record

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