Artigo do Jornal O Jogo sobre Carlos Xistra

Há leões na serra? Há, sim senhor, desde que o Sporting da Covilhã é Sporting da Covilhã. E há-os famosos? Também, desde que Carlos Xistra se tornou árbitro da primeira categoria, primeiro, e internacional português, depois. Aos 34 anos, o covilhanense que pertence à Associação de Futebol de Castelo Branco, de acordo com a distribuição regional do futebol nacional, tem acumulado marcas "históricas" para a região beirã, que tem nele o primeiro árbitro de topo e internacional nascido por aquelas bandas.
O ADN de Carlos Xistra é uma dupla hélice igualzinha a todas as outras, mas pode ser representada nos compêndios de ciência com as cores verde e branca, já que toda a família deste pacato funcionário público é ou foi adepta do Sporting. O pai, já falecido, sublimou a pulsão pelos leões da capital como dirigente do principal emblema covilhanense e também como dirigente associativo em Castelo Branco. Rezam os registos familiares que o rebento é sócio do Sporting da Covilhã desde que nasceu e já recebeu, por isso, o emblema de prata e tudo.
Desportista que foi parar à arbitragem por influência de um amigo da família, o jovem Carlos começou por jogar futebol. A central, no GD Estação, emblema secundário da cidade serrana, e depois nos juniores do Sporting da Covilhã. Diz quem conhece que era "impetuoso", para não dizer pior, que tinha uma média de pelo menos um cartão por jogo e que não raras vezes foi expulso por causa dessa agressividade. O tal amigo da família, árbitro da III categoria, pode ter visto, no sector, um meio de refrear os ímpetos de leão do jovem, e, com 17/18 anos, era ver Carlos de apito na boca, a fazer aos outros o que não gostava que lhe fizessem a ele.
Menos mal que tomou o gosto à carreira e tem progredido de forma segura, como o atesta a promoção a internacional em Janeiro, mês de aniversário, e uma classificação em 2007/08 a meio da tabela.
Calmo, nada amigo de dar nas vistas, é na brincadeira com a filha de cinco anos que recarrega baterias da vida profissional - como responsável pelo economato do hospital central da Cova da Beira - e do "hobby" que abraçou, que agora lhe permite viajar bem para lá dos limites da serra: em Maio, esteve na Eslováquia a arbitrar encontros de um torneio Sub-18 e, mais recentemente, a mostrar serviço na Taça UEFA.

Nome: Carlos Miguel Taborda Xistra
Idade: 34 anos (02/01/1974)
Profissão: funcionário público
Associação: Castelo Branco
Início de actividade: 1992/93
Promoção à 1.ª categoria: 2000/01
Classificação em 2007/08: 7.º
Jogos na I Liga: 91

3 Comments:

  1. LEÃO DA ESTRELA said...
    Carlos Xistra, o árbitro do Sporting-FC Porto na Supertaça Cândido de Oliveira, é apresentado pelo diário “O Jogo” como “um leão da serra”. A “brincadeira” do jornal de Joaquim Oliveira na semana em que será decidido mais um título do futebol português resulta do facto de Xistra ter sido futebolista das camadas jovens do Sporting da Covilhã onde terá jogado com “ímpetos de leão”... Lendo todo o texto, assinado por uma jornalista experiente da redacção do Porto, somos levados a concluir que Carlos Xistra será mais um sportinguista que anda por aí a apitar jogos de futebol, “já que toda a família deste pacato funcionário público é ou foi adepta do Sporting”.
    Como estas revelações bombásticas do jornal do Porto evidenciam, estamos perante mais um meio de pressão da imprensa do regime, que entra em campo nos momentos decisivos...
    Dinis Gorjão said...
    @Leao da Estrela - Retirei exactamente a mesma leitura do artigo.
    Não é de forma nenhuma uma elaboração de ideias inocente, e o que se quer deixar nas entrelinhas fica bem explícito, pois para bom entendedor...
    O INFERNO DA LUZ said...
    O que é que essa reportagem tem de especial? Para os mais distraídos, nada, mas para aqueles para quem a memória não é curta, tudo. Xistra é apresentado como um homem com simpatias pelo Sporting, assim como os seus familiares. E o que é que isso tem de mal? Num futebol civilizado, nada. No futebol português, tudo. É que vivemos há décadas inundados de suspeições, de desconfianças, de intrigas. Tudo culpa, desculpem o lugar-comum, do “sistema”, para quem a transparência, a credibilidade, a verticalidade de procedimentos é algo a combater. O “sistema” só convive bem com o obscurantismo, a fraude, a corrupção, o compadrio, o tráfico de influências.
    É por isso que esta reportagem existe e foi realizada, para condicionar Carlos Xistra, colocando sobre ele o ónus de ser ou tender para o Sporting. É por isso que Carlos Xistra, a menos que seja um árbitro acima de qualquer suspeita e íntegro, o que não é o caso, está à partida condicionado para, na dúvida, prejudicar o Sporting. É assim que o “sistema” funciona, como muito bem explicaram Luís Filipe Vieira e António Dias da Cunha.
    O problema, para os sportinguistas, não é o facto de perceberem que já partem em desvantagem para esta Supertaça. É o facto de terem memória curta. Se não a tivessem, lembravam-se que há 3 ou 4 anos, na véspera de um Benfica – Sporting, um jornal generalista publicou em manchete que Pedro Proença era sócio do Benfica. Mentira ou verdade, essa notícia condicionou totalmente o árbitro Proença, como os relatos da altura demonstraram, tendo o Benfica sido completamente prejudicado.
    Na altura, defendi que Pedro Proença devia ter pedido escusa para arbitrar o jogo. Ou, não o fazendo, a Liga devia ter pura e simplesmente trocado de árbitro. Por isso, agora, defendo o mesmo relativamente a Carlos Xistra: deve pedir a sua substituição ou deve ser a Liga a substituí-lo. Só assim se termina com estas habilidades….

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