Jorge Saramago: «Sinto-me injustiçado»

CONDENADO POR UM CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA, DESABAFOU A RECORD

Jorge Saramago, um dos cinco árbitros condenados por corrupção desportiva, quebrou ontem, para o Record, um longo silêncio. O árbitro de Aveiro – que este ano foi 12.º classificado da 3.ª categoria e que, em 2003/2004, era um dos juízes de topo da 2.ª categoria – não tem dúvidas: “Sinto-me injustiçado com a sentença, vou recorrer para o Tribunal da Relação e estou convicto de que me será dada razão.”“O que posso dizer é que não tive qualquer conversa com José Luís Oliveira [então presidente do Gondomar SC] e na conversa que mantive com Luís Nunes [então membro do Conselho de Arbitragem da FPF] o meu ‘crime’ parece ter sido dizer para não se preocupar com o irmão, que era treinador do Gondomar SC, pois tudo ia correr bem no jogo que dirigi em Bragança”, acrescentou, para sublinhar que a iniciativa do contacto telefónico nem sequer foi sua, mas sim de Luís Nunes.“A minha carreira como árbitro está terminada, mas tudo vou fazer para poder continuar na arbitragem na condição de dirigente, é esse agora o meu grande objectivo”, referiu ainda Saramago, que trocou o advogado Carlos Duarte, também árbitro, que o defendeu durante o julgamento, pela advogada Paula Terrinha, que vai liderar os recursos que irá apresentar nos tribunais comuns e no Conselho de Justiça da FPF.

O ouro que não vale
CD DA FPF ULTRAPASSADO PELO TRIBUNAL E PELA LIGA
Um recente acórdão da Comissão Disciplinar da Liga – a propósito de uma lembrança, no valor de 88 euros, do Benfica ao árbitro Rui Silva – e a lógica vertida para o acórdão pelos juízes do processo originário sobre os artefactos de ouro que o Gondomar SC oferecia – estimados, por unidade, em 130 euros – são argumentos que alguns dos árbitros suspensos pelo Conselho de Disciplina da FPF vão usar nos seus recursos para o Conselho de Justiça.Nem a CD da Liga nem os juízes do processo originário consideram que a oferta de uma pulseira de ouro seja motivo suficiente para incriminar um árbitro. Não foi esse o entendimento do CD da FPF, que se adiantou ao acórdão judicial e que agora poderá ser ultrapassado a grande velocidade pelos recursos que estão a correr.Contando-se no grupo dos recorrentes o árbitro de 1.ª categoria Rui Silva, suspenso um ano e 8 meses, por ter aceitado uma pulseira e recusado outra do Gondomar SC.
in Record

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