Foi há cerca de um ano, por altura da realização da edição de 2007 do Algarve Women’s Football Cup/Mundialito de Futebol Feminino, que Sandra Bastos entrou na restrita categoria de árbitros com as insígnias FIFA a dirigir um encontro desta competição anual, desde que o organismo que tutela o futebol a nível mundial passou a assumir as nomeações. Agora, volta a integrar o quadro de árbitras escolhidas para participarem no ‘workshop’ com a chancela da FIFA dedicado à arbitragem, que terá início amanhã (sábado) e que se prolongará durante a competição. Um seminário com sessões práticas e teóricas ministradas por instrutores do organismo que tutela o futebol mundial e de onde sairá a nomeação de juízas para o Algarve Cup.Em entrevista ao Portal do Futebol, Sandra Bastos fala sobre a forma como a sua carreira tem evoluído, ela que já tem no seu currículo uma fase final do Campeonato da Europa de Sub-19, na Suíça.
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PF: Há cerca de um ano, teve o privilégio de ser a primeira árbitra portuguesa a dirigir um jogo do Algarve Cup desde que a FIFA assumiu as nomeações da prova. Que recordações é que esse desafio lhe trás?
SB: “Não posso negar que senti um certo nervosismo mas, aparte isso, foi também um sentimento muito agradável ter sido esse encontro (Irlanda-Islândia, dia 9 de Março de 2007). O orgulho em representar a arbitragem lusa é também muito forte, uma vez que recompensou o meu esforço e espírito de sacrifício e dignificou a associação a que pertenço (AF Aveiro), os colegas que comigo trabalham diariamente e ainda a Federação Portuguesa de Futebol. Todos eles têm contribuído para a minha evolução”
_PF: Definiu alguma meta pessoal a atingir na sua carreira?
SB: “Sim. Todo o meu esforço tem subjacente o desejo de progredir cada vez mais e isso, neste momento, passa por ‘dar o salto’ da 2ª para a 1ª categoria internacional e, quem sabe, alcançar o escalão ‘Elite’.
_PF: Em simultâneo, vai decorrer um ‘workshop’ FIFA sobre arbitragem, onde vai ser a única representante lusa. Que valor atribui a esta iniciativa?
SB: “Mostra que as instâncias internacionais, neste caso a FIFA, estão atentas a este sector muito específico do futebol. Será, com toda a certeza, uma iniciativa benéfica para todos aqueles que, tal como eu, vão poder participar.”
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PF: A que nível coloca a arbitragem nacional actualmente e quais as principais diferenças em relação ao que se pratica no estrangeiro?
SB: “Considero que não existem muitas. Na minha opinião, há mais qualidade cá do que no estrangeiro. Mas a principal diferença prende-se talvez com uma questão de mentalidade reinante no nosso país, relacionada com a crítica às arbitragens, que é mais evidente e por vezes desproporcionada. Prova disso é o facto de os árbitros nacionais continuarem a receber nomeações da UEFA para dirigirem jogos internacionais. Sempre que posso, aproveito estas competições para conviver com colegas estrangeiras e partilhar conhecimentos, para melhorar o meu nível de actuação.”
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PF: A sua rotina diária mudou desde que se tornou árbitra internacional?
SB: “A principal mudança efectuou-se ao nível da metodologia de treino, que passou a ser mais específica. De resto, tenho por hábito integrar sessões de treino com árbitros da Liga e isso é uma vantagem para mim, que fico melhor preparada para o desgaste físico. O número de jogos que faço ao fim-de-semana também registou um aumento.Em simultâneo, continuo a trabalhar no café do qual sou proprietária e ainda dou aulas num ginásio. É uma rotina diária bastante preenchida, mas, felizmente, consigo conciliar todas as actividades.”
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PF: Mantém o sonho de fazer carreira na arbitragem, apesar de essa não ser a sua única actividade?
SB: “Sim. É um sonho que persigo e acredito que, com força de vontade e perseverança, hei-de alcançá-lo.”
_PF: Para terminar, um comentário sobre o Algarve Women’s Football Cup e o que é que essa prova representa para o desenvolvimento do Futebol Feminino em Portugal?
SB: “Trata-se de uma experiência enriquecedora. Eu e a Selecção Nacional Feminina temos bastante a aprender e esta é uma oportunidade única para contactar com outras selecções e árbitras pertencentes a países com outro tipo de estruturas profissionais”.
Foto e entrevista retirados de
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