Como tudo começa …
No dia em que todos nós agora árbitros, nos decidimos a inscrever no curso para árbitros de Futebol entramos numa realidade completamente desconhecida.
Antes disso um árbitro para nós é aquele indivíduo de uma paciência sem fim para estar 90 minutos a ouvir os maiores impropérios de toda a espécie. Surge a pergunta: teremos suporte psicológico para aguentar? Ou ao fim de meia dúzia de jogos dizemos basta?
Há um sentimento imprescindível para quem quer ser “o homem do apito” – a paixão pelo futebol! Desde pequenos que todos nós nutrimos um sentimento especial pela redondinha. Ela e todo o espectáculo envolvente cativavam-nos de sobremaneira.
E entretanto alguns de nós somos jogadores, na maior parte dos casos sem sucesso. Mas a tal paixão pelo futebol é tanto que não nos queremos desligar. E lemos nalgum lado que existe um curso para árbitros de futebol, decidimos experimentar.
O curso começa, percebemos então que se quisermos seguir carreira esta terá que ser pautada por muito esforço e dedicação. Ser árbitro apenas por o ser, para andar a viajar pelo distrito todos os fins-de-semana ou para auferir alguns trocos (insignificantes) ao fim de semana, não vale a pena.
E então com o curso finalizado surgem os primeiros jogos, conhecemos os primeiros colegas, as primeiras viagens, os primeiros insultos, os primeiros erros, e as primeiras dúvidas! Será que temos o perfil certo para a função?
Quando estas dúvidas se dissipam e deixamos de ver o futuro enublado então surgem … os primeiros sonhos. Deixamos de ver duas equipas jogar futebol na tv, e passamos a observar as 3 equipas em pormenor. Tudo o que o árbitro faz e como faz passa a ser do nosso interesse. Quando abrimos os jornais desportivos atentamos ao que é escrito acerca dos juízes do futebol.
E o sonho continua. Sonhamos em almejar uma boa classificação no final da época e dar o passo para a principal categoria distrital, e estando aí redobramos esforços para subir mais um patamar.
Observamos a principal Liga do nosso país e perguntamos “será que um dia eu vou conseguir estar ali?”. Grandes competições internacionais e vem aquela admiração pelos árbitros presentes, possuidores de carreiras invejáveis e currículos recheados de grandes jogos.
E quando a arbitragem começa é assim …
Dinis Gorjão
Etiquetas: NOTÍCIAS
1 Comment:
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Tens uma história parecida com a minha e se calhar com a de muitos árbitros..
Apesar de a situação de tirar o curso ser um pouco diferente da minha, mas encaixa-se perfeitamente na história de muitos árbitros.. até de alguns que estão hoje a arbitrar no escalão máximo do futebol português... Mas muitos nem categoria têm para arbitrar no regional, bem isso já dava outra história... se calhar nunca deviam ter sonhado.. :D
Bom texto ;)
1 abraço
João Ricardo Silva