Entrevista ao Jornal Record - ÁRBITRA MAIS FAMOSA DO MUNDO REGRESSA APÓS SUSPENSÃO
Publicada por Dinis Gorjão à(s) 23:58RECORD – É considerada a mulher perfeita: linda e sabe de futebol. Concorda?
ANA PAULA OLIVEIRA – Concordo [risos]. A parte da beleza é da vossa responsabilidade. Para mim, beldade é a Gisele Bündchen ou a Galisteu. Quanto a saber de futebol, isso concordo. Mas só conheço as regras e sei aplicá-las na hora certa. Não sei jogar, não! Já pratiquei kung-fu, atletismo e vólei, mas futebol...
R – Como começou o gosto pela arbitragem?
APO – O meu pai foi árbitro nos campeonatos amadores. Quando fiz 14 anos, a nossa família atravessava uma fase de vacas magras. Para engordar o orçamento, aceitei trabalhar de ‘mesária’ nos jogos do meu pai e isso rendia uns trocos.
R – E o que é isso de mesária?
APO – Consistia em redigir a ficha dos jogos. Anotava golos, cartões, faltas. No início, não percebia o juiz, que dizia: ‘O número 8 viu amarelo por jogo brusco grave’. Jogo brusco grave? Eu escrevia aquilo como um robot, até que me matriculei num curso de arbitragem em Hortolândia, interior de São Paulo, onde moro. Gostei e decidi ‘virar‘ bandeirinha.
R – Qual foi o jogador mais exaltado que encontrou pela frente?
APO – Estreei-me nos campeonatos amadores e aí ‘rola’ muita violência. O meu pai receava que me agredissem e acompanhava-me. Certa vez, dois times de Hortolândia [Adelaide e Sumarezinho] jogaram uma final e eu deixei seguir um lance eventual de fora-de-jogo do Sumarezinho que deu golo. Os jogadores do Adelaide ficaram furiosos e um ameaçou: ‘Está louca? Quer levar na cara?” O meu pai invadiu o relvado: ‘Se tocar na minha filha, te mato!’ A maior confusão! Dei amarelo para o que me insultou e o meu pai confirmou que agi bem em não assinalar fora-de-jogo.
R – Qual foi o pior insulto que recebeu?
APO – Não posso dizer quem foi nem o que foi.
R – E elogios?
APO – Também não posso dizer quem foi, mas foi um jogador e um treinador que me disseram que tinha apitado muito bem e que dignificava o futebol. Percebi que estava a ganhar o respeito de todo o mundo.
R – Qual é o seu clube?
APO – Não tenho. A sério! Lógico que sempre apoiei a selecção brasileira e lá fora admiro o estilo do Barcelona e do Real Madrid. Aí, em Portugal, gosto mais do Benfica, pela quantidade de jogadores brasileiros. Tem Luisão e Léo e já teve outros internacionais brasileiros como Mozer, Aldair, Ricardo Gomes, Valdo.. O FC Porto é outra equipa que dá que falar. Foi lá que jogou Diego, o garoto revelação 2001/2002. E claro que sigo com toda a atenção a selecção portuguesa: gosto do toque de bola dela e está lá o meu amigão Felipão.
R – Chegou a arbitrar equipas treinadas pelo Scolari?
APO – Sim, quando ele estava no Palmeiras, no Brasileirão e Paulistão.
R – Sentiu a ira dele ou passou incólume?
APO – É, ele é temperamental. Sangue gaúcho, né? Mas dei sorte, graças a Deus! Nos meus jogos, ele esteve sempre calmo, tranquilo e apoiou-me bastante. Aliás, já nos cruzámos várias vezes fora do relvado e demo-nos superbem.
R – Como classificaria Figo, Mourinho e Ronaldo, os três “embaixadores” portugueses mais importantes?
APO – Olha, o Mourinho não estou a ver quem é. Já ouvi falar dele mas não estou a visualizá-lo, mas é claro que conheço o Figo, o Cristiano Ronaldo? e o Deco, óbvio. Esteticamente, prefiro o Figo, mais maduro, ao Cristiano, ainda um garotão.
R – Já alguma vez foi a Portugal?
APO – Ainda não fui aí, mas não vai demorar não! Organizem um jogo de homenagem escolham-me para apitar. E fiquem à minha espera! Tchau, meu anjo [forma de tratamento afectiva que foge ao jargão futebolístico]
Etiquetas: NOTÍCIAS
2 Comments:
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- Anónimo said...
11 de fevereiro de 2008 às 13:55Isto sim. Fazia falta cá no distrito. E chamava muitas mais pessoas aos jogos. Mas em vez disto temos o Bexiga que tambem se abana bem...- Anónimo said...
12 de fevereiro de 2008 às 23:55o pior é se o bexiga come a tua mae...lol
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